
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de ser amplamente estudado, ainda existem muitas dúvidas sobre suas causas, graus e impactos ao longo da vida.
Quais são os graus de autismo?
O autismo é chamado de espectro justamente porque se manifesta de formas muito diversas. Hoje, os diagnósticos seguem uma classificação baseada no nível de suporte necessário:
- Nível 1 (autismo leve): exige pouco apoio; dificuldades sociais e comunicativas são perceptíveis, mas a pessoa mantém independência.
- Nível 2 (autismo moderado): precisa de apoio frequente; apresenta maior dificuldade em lidar com mudanças de rotina e interações sociais.
- Nível 3 (autismo severo): requer suporte intenso e contínuo; comunicação verbal e não verbal bastante limitada, além de comportamentos repetitivos marcantes.
Quais as causas mais prováveis do autismo?
O autismo não tem uma causa única. As pesquisas científicas apontam para uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais.
Fatores genéticos
Estudos mostram que variações genéticas têm papel central no autismo. O psiquiatra Eric Courchesne, da Universidade da Califórnia, demonstrou em suas pesquisas que mutações genéticas podem afetar a formação e a conectividade dos neurônios. Outro pesquisador importante, Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, também destaca a influência genética e hormonal, sugerindo que níveis elevados de testosterona pré-natal podem estar associados ao desenvolvimento do espectro.
Fatores neurológicos
Pesquisas de Thomas Bourgeron, do Instituto Pasteur (França), revelam alterações em genes ligados à sinapse neuronal, ou seja, à forma como os neurônios se comunicam. Isso reforça a ideia de que diferenças na conectividade cerebral estão relacionadas às características do TEA.
Fatores ambientais
Embora o componente genético seja forte, fatores ambientais também são investigados. O psiquiatra infantil Christopher Gillberg, da Universidade de Gotemburgo (Suécia), argumenta que complicações na gestação, como infecções maternas, exposição a poluentes ou falta de oxigênio no parto, podem aumentar a probabilidade de manifestação do autismo em indivíduos geneticamente predispostos.
👉 Importante: não existe comprovação de que vacinas causem autismo — essa hipótese foi refutada pela comunidade científica e considerada um mito perigoso.
Expectativa de vida de uma pessoa autista
O autismo em si não reduz a expectativa de vida. O que pode impactar são condições associadas, como ansiedade, depressão, epilepsia ou dificuldades em lidar com situações sociais que podem expor a riscos.
Com diagnóstico precoce, acompanhamento médico e terapias adequadas, a expectativa de vida é semelhante à da população em geral.
O autismo afeta mais homens ou mulheres?
Pesquisas indicam que o autismo é diagnosticado de três a quatro vezes mais em homens do que em mulheres.
No entanto, estudos recentes — como os de Francesca Happé, do King’s College London — mostram que muitas mulheres autistas passam despercebidas, pois desenvolvem estratégias de camuflagem social. Isso explica por que ainda existe uma subnotificação de casos femininos.
Como lidar com uma pessoa autista
Conviver com uma pessoa autista exige empatia, compreensão e paciência. Algumas orientações práticas:
- Respeite o tempo da pessoa para se comunicar.
- Evite mudanças bruscas de rotina.
- Ajude na autonomia, mas ofereça suporte quando necessário.
- Atenção aos sinais de sobrecarga sensorial (barulho, luz intensa, aglomeração).
- Valorize as habilidades e talentos únicos da pessoa autista.
Autistas famosos
Muitos autistas conquistaram grande destaque no cenário mundial, reforçando que o espectro não é um impeditivo para o sucesso:
- Lionel Messi – jogador de futebol.
- Bill Gates – cofundador da Microsoft.
- Elon Musk – CEO da Tesla e SpaceX, declarou publicamente ser autista.
- Dan Aykroyd – ator e roteirista.
- Temple Grandin – cientista e ativista, referência mundial no estudo do autismo.
- Anthony Hopkins – ator britânico reconhecido pela crítica.
Essas personalidades mostram que o autismo é apenas uma parte da identidade, não uma limitação absoluta.
Conclusão
O autismo é uma condição complexa, mas que não impede uma vida plena e produtiva. Estudos apontam que suas causas envolvem genética, fatores neurológicos e ambientais, sem uma explicação única ou definitiva.
Quanto mais cedo o diagnóstico e maior o apoio, melhores são as oportunidades de desenvolvimento e qualidade de vida.
O mais importante é compreender que o autismo não é doença: é uma forma única de perceber e interagir com o mundo.
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